segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A ave da vida



Majestosa e confiante a ave voa no céu azul. Eu vendo-a desejo poder voar também. Mas isso será possível?
De repente, vejo-me no ar a voar como ela, voamos juntas, como se a minha alma lhe tivesse sido entregue.
Por um só instante penso que é mentira e a ave majestosa transforma-se numa grande folha seca e cai…cai…cai…
Eu caio sobre a relva, como se fosse uma pedra, inanimada. Começo a chorar.
Mas é impossível, não tenho olhos. Peço socorro.
Mas é escusado, não tenho boca. Respiro fundo.
Mas não consigo, não tenho nariz.
Qualquer movimento que experimente fazer é inútil. O pouco ar que tenho mostra-me como é uma vida sem cores, uma vida sem formas. Mostra-me como é uma vida sem poder falar, sem poder chamar por ninguém. Mostra-me uma vida sem o cheiro das flores, sem o cheiro do Verão e do Outono, sem o cheiro da Primavera e sem o cheiro da manhã.
Até que alguém pegue em mim e acredite, sentir-me-ei pedra, dura, inanimada e sem alma, pensando no pássaro, chamando o vento para que ele faça a folha voar e transformar-se em ave outra vez.
É assim que se sentem as pessoas que têm um sonho que não foi realizado, como se elas fossem a pedra e o sonho a folha. Entregam-se de tal forma a ele que se este não se realiza perdem-se num mundo não real. Em que as pessoas são pedras e os sonhos aves e folhas.


Francisca Lopes Moinhos 6º Ano

2 comentários:

  1. Parabéns pelo texto, Francisca! Tu não serás uma dessas pedras porque os teus sonhos se irão realizar!

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